[:pb]Depoimento de egresso: Wandson Lukas[:]
[:pb]Não é tarefa fácil descrever em poucas palavras a experiência de um intercâmbio e o que ela representa tanto para a minha vida acadêmica e profissional como pessoal. Isso porque sempre me vem à mente as recordações do quanto eu batalhei para alcançá-la, das etapas que tive de vencer para que esse sonho pudesse se tornar realidade e também das noites que passei em claro estudando para obter as maiores notas possíveis — e assim poder estar à altura de competir com centenas de colegas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Bom, eu me chamo Wandson Lukas do Nascimento Amorim, e hoje estou no 8º período do curso de Bacharelado em Química Industrial do Câmpus de Campina Grande. O sonho de fazer um intercâmbio me acompanha desde muito cedo, antes mesmo de eu ingressar no ensino superior; porém, aumentou a partir do momento que alguns professores relataram suas experiências em outros países. Quando descobri que a UEPB oferecia programas de internacionalização, passei a me esforçar cada vez mais para atingir aquele objetivo.
Mesmo não sendo aprovado nas primeiras seleções, continuei insistindo e persistindo, até que, em 2018, surgiu a oportunidade do Programa de Mobilidade Internacional (PROMIN), cujas bolsas de estudos eram financiadas com recursos da própria instituição. O processo seletivo foi complicado e eu até pensei que não conseguiria, mas uma voz esperançosa me incentivou dizendo que eu tinha um dos melhores currículos entre os candidatos selecionados para a fase de entrevista.
Com a certeza de que faria o intercâmbio, escolhi Portugal para ser minha casa durante seis meses, e mais precisamente a pacata cidade de Coimbra, que fica localizada na Região do Centro e abriga a Universidade de Coimbra (UC), uma das mais antigas do mundo. E como dizem seus moradores através de lindos fados: “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”. Sem dúvida nenhuma, vivi esse verso com muita intensidade, já que deixar a cidade e tudo aquilo que construí por lá foi uma das coisas mais difíceis e tristes dessa experiência como intercambista.
Arrisco dizer que Coimbra foi a cidade onde eu pude ser quem realmente sou, onde eu fui desencontrado para poder me encontrar de verdade. Foi ela que me ensinou a conviver com as diferenças, a ser uma pessoa melhor e mais madura; além disso, me abriu as portas da Europa, possibilitando que eu conhecesse novos lugares e culturas, e também estudasse assuntos os quais sempre tive vontade de aprender. Sobretudo, o intercâmbio me deu amigos que se tornaram família.
No início, os quatro outros estudantes contemplados pelos PROMIN 2018 (Ricardo Júnior, Ênio Brito, Jéssika Monteiro e Ângela Roberta) e eu não tínhamos muito contato, mas, no decorrer do tempo, passamos a ajudar uns aos outros. Juntos, partilhamos momentos de loucuras, abraços e muito amor. E assim constituímos a chamada Família Feijão, que por sua vez incorporou também os demais selecionados do programa. Não sei se meu intercâmbio seria completo sem todas essas pessoas, cuja afinidade foi tão intensa que parecia que nos conhecíamos há décadas.
Encerro o relato com um trecho da canção Coimbra é uma lição, de Amália Rodrigues, que representa muito bem o meu sentimento por essa cidade portuguesa: “Coimbra é uma lição/ De sonho e tradição/ O lente é uma canção/ E a lua a faculdade/ O livro é uma mulher/ Só passa quem souber/ E aprende-se a dizer saudade”.[:]