[:pb]Depoimento de egresso: Camila Rique[:]

1 de agosto de 2019

[:pb]Quando digo que fiz intercâmbio na Romênia, as pessoas geralmente questionam: “Por que você escolheu esse país com tantos outros mais ‘normais’ para conhecer?”. Tenho duas respostas em mente. Em primeiro lugar, acredito que foi a Romênia que me escolheu, já que era a única opção que eu tinha naquele momento. Além disso, sempre quis participar de um programa como o Erasmus, o que me leva à segunda resposta… e porque não a Romênia?

Trabalho voluntariamente com intercâmbio há 7 anos. Desde então, passei a me perguntar quando chegaria o dia em que sentiria aquele frio na barriga após embarcar em um avião rumo ao desconhecido. E finalmente pude realizar meu sonho. Sem expectativa alguma, parti para viver essa experiência. Isso foi bom, afinal, tudo o que aconteceu por lá se mostrou muito melhor do que eu poderia imaginar. A jovem que tinha planos de estudar dragões com o Carlinhos, personagem da saga Harry Potter, acabou fazendo vários amigos, os quais levará para a vida inteira.

Sobretudo, tive a oportunidade de debater temas complexos ao lado de pessoas que não têm medo de falar o que pensam. Esses momentos me renderam lágrimas e muito aprendizado. Além disso, subi montanhas, caí no gelo e vi de pertinho animais que só conhecia pelos filmes; descobri países que eu nem sabia que existiam, apresentei minha cultura e aprendi com tantas outras. O que posso afirmar, com certeza, é que deixei parte mim na Romênia, tal qual trouxe comigo uma parte daquele país sob a forma de tatuagem.

Como vocês podem observar, há sentimentos em meu interior que não consigo externar em palavras. A saudade, por exemplo, é uma palavra do nosso idioma que não possui tradução. Porém, descobri um equivalente para a língua romena: dor. Após o intercâmbio, a dor se tornou um sentimento bom, de pertencimento mesmo, de uma vontade de voltar, de sorrir quando perguntada sobre a experiência, de conter as lágrimas ao recordar da sensação de liberdade e segurança, de soltar um “ai, minha terrinha” sempre que falam algo relacionado à Romênia.

Pode parecer exagero — e talvez até seja —, mas depois de experienciar tudo isso, arrisco dizer que a vida já não é a mesma. E quer saber? Ainda bem que não o é, pois o intercâmbio melhora o currículo, abre inúmeras portas, e, principalmente, a cabeça do intercambista, que por sua vez nunca mais voltará a ser o que era.

 

Te iubesc România și sunt foarte foarte fericit să te cunosc!

Eu te amo e estou muito feliz em conhecer-te!

Nu este o la revedere!

Não é um adeus![:]